A Criação da Athletics Unlimited em Nova York a a criação do Jacarezinhos de São Carlos
A Criação da Athletics Unlimited em Nova York a a criação do Jacarezinhos de São Carlos

A Criação da Athletics Unlimited em Nova York a a criação do Jacarezinhos de São Carlos


De um sonho na véspera de Natal à realidade

Na manhã da véspera de Natal de 2018, dois amigos se encontraram para tomar café da manhã em meio à agitação de Nova York durante as festas de fim de ano. Naquele encontro, nasceu a ideia do que viria a se tornar a Athletes Unlimited. Jonathan Soros e Jon Patricof sonhavam alto: criar uma liga esportiva inovadora, que valorizasse atletas, especialmente mulheres, e que reinventasse a relação com os fãs, independentemente de cidades ou times fixos.

“E se construíssemos uma liga onde não há equipes fixas ou cidades fixas?”, perguntaram-se. Ousaram pensar diferente, e mais do que isso, começaram a agir para tornar esse sonho realidade.

Assim como a Athletes Unlimited, o projeto NSL Golden Orange também nasceu de um sonho ousado: transformar Limeira em um polo nacional do softbol, promovendo inclusão, educação e valores humanos por meio do esporte. No entanto, ao contrário do que aconteceu com Soros e Patricof, os idealizadores da NSL Golden Orange enfrentaram a resistência de uma cidade que ainda não reconheceu o potencial transformador do esporte. A ideia inicial era apenas retribuir o que o softbol proporcionou para sua família e para seus filhos.

Sem apoio institucional ou empresarial, o projeto não morreu — se reinventou. Migrou para São Carlos, onde encontrou acolhimento e passou a se chamar Softball para Todos – Jacarezinhos. Um projeto que mantém viva a mesma essência: inspirar, transformar e criar um futuro possível através do esporte.

Na Athletes Unlimited, atletas como Jordan Larson, mesmo após anos se sacrificando longe de casa para seguir carreira internacional no vôlei, viram na nova liga a chance de jogar em casa, com dignidade e protagonismo. Ela e outras atletas passaram a fazer parte da criação do projeto, decidindo desde as regras até o modelo de gestão, patrocinadores e ações sociais.

No projeto Jacarezinhos, crianças e jovens também passaram a ocupar esse espaço de protagonismo. O modelo é colaborativo, voluntário e comunitário. O esporte é ferramenta de transformação, e os atletas, treinadores e famílias são parte da construção desde o início. Aqui no Brasil precisamos divulgar e espalhar o softbol. Lá nos Estados Unidos a questão é: o que vou fazer depois que acabar minha faculdade? Vou jogar onde?

Cheri Kempf, ex-comissária da NPF, foi uma das primeiras grandes apoiadoras da Athletes Unlimited. Ela se comoveu com o fato de que, embora comerciais e mídias estivessem “falando sobre” mulheres no esporte, ainda não estavam “fazendo com” elas. A Athletes Unlimited foi diferente — fez com elas.

O Jacarezinhos também é feito com as crianças, com as famílias, com os voluntários, com os professores. A cidade de São Carlos abraçou essa construção, entendendo que o esporte é uma ferramenta poderosa de inclusão e desenvolvimento humano. Mas a mídia… Ah! A mídia. No Brasil só se fala em futebol. Softbol a população geral nem sabe o que é… ( Ainda )

A Athletes Unlimited se tornou um modelo por dar poder real aos atletas, eliminando donos de times e redistribuindo lucros. É uma liga construída com propósito, valores e participação coletiva. Um sonho quase politicamente impossível no nosso país.

Essa também é a base do projeto Softball para Todos – Jacarezinhos.
Ele não busca apenas formar atletas, mas cidadãos conscientes, protagonistas da sua comunidade e do seu futuro. E , mesmo com os imoecilhos políticos, embroglios administrativos e completa falta de interesse e patrocínio também está decolando.

Jonathan Soros declarou:

“Espero que sejamos lembrados por construir uma comunidade de atletas, que se apoiam mutuamente, atravessando esportes e gerações.”

Essa também é a esperança dos fundadores do Jacarezinhos.
Não é sobre medalhas, nem ser lembrado — é sobre construir uma geração capaz de se levantar unida, por meio do esporte, com propósito, solidariedade e paixão.

Quem sabe um dia, estes projetos não despertam as garotas do Softbol universitário, as menininhas das escolas públicas do ginásio ou até as meninas do colégio , a fazerem algo semelhante. O Time de Beisebol de São Carlos, os Jacarés, eram atletas de universidades que resolveram continuar jogando e encontraram uma liga pra jogar. Ou seja, tanto o Beisebol quanto o Softbol, estão saindo do “anonimato” no Brasil. Um pouco diferente da AUSL , que é uma liga profissional e com muitos patrocinadores. Mas as ligas novas que estão surgindo e vão surgir, podem se inspirar neste novo modelo de negócio.

O Taco não é Soft, timidamente, continuará divulgado este esporte e toda e qualquer iniciativa para dão a visibilidade que o softbol merece.


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