Em tempos de grandes transformações sociais, educacionais e culturais, o esporte continua sendo um dos caminhos mais legítimos para a construção da identidade coletiva de um povo. E foi com esse espírito que o time de softbol de Atibaia, após mais de 15 anos de esforço silencioso, suor em campos pouco vistos e sonhos costurados com o tempo, chegou ao tão esperado quadrangular final da categoria Sub-16.
Pode parecer pouco para quem só conhece o futebol. Pode parecer invisível para quem só olha para as medalhas. Mas para quem vive o softbol, quem acorda cedo para treinar com disciplina, quem segura o bastão com orgulho e veste as cores da cidade como se fosse a própria pele, essa classificação representa muito mais do que uma posição no pódio.


Ela representa pertencimento. Representa a força de um grupo que cresceu unido, que encontrou no esporte um refúgio, uma família, um propósito comum. Ela representa Atibaia, uma cidade que sempre foi sinônimo de belezas naturais e qualidade de vida, agora se revelando também como solo fértil para o surgimento de heróis do diamante.
O que o softbol ensina vai muito além das bases, dos arremessos e das rebatidas. Ensina respeito. Ensina disciplina. Ensina a celebrar as diferenças e a crescer com elas. Muito disso se deve à influência japonesa que moldou o esporte no Brasil, trazendo consigo valores que equilibram o espírito competitivo com a humildade, o foco com a gentileza, a vitória com o coletivo.
É natural que surjam rivalidades, que as emoções transbordem nas arquibancadas ou nos grupos de mensagens. Mas o softbol não dá espaço para o egoísmo florescer. Ele devolve cada deslize com aprendizado e cada provocação com silêncio e foco. No lugar de vaidade, cresce o trabalho em equipe. No lugar de ódio, cresce o orgulho.
E que orgulho ver Atibaia ali. Entre os quatro melhores. Mostrando para o estado, para o Brasil e para o futuro que valeu a pena. Que existe sim um jeito bonito, limpo e apaixonado de torcer. Que se pode competir sem destruir. Que o esporte pode sim ser um instrumento de união entre escola, bairro, cidade – e até entre culturas.
Que as crianças e adolescentes de Atibaia que hoje olham para este time vejam mais do que atletas. Vejam espelhos. Vejam possibilidades. Vejam amigos, irmãos e irmãs de luta. Vejam o futuro.
E que os adultos também vejam. E entendam. Que existe vida vibrante no campo de softbol. Que ali nascem sonhos, cidadania, liderança e laços que durarão para sempre.
Parabéns, Atibaia! Que esta conquista seja só o começo.
Um abraço,
Cesar
Blog Taco não é Soft
assista a semifinal entre Atibaia e Nikkey Marília, de Marília no canal da CBBS, com gravação do MatsumidiaTV e narração do Roni Ebina.


























