Um ponto de vista do editor .
É notável a forma como algumas ligas brasileiras, especialmente no beisebol e softbol, parecem mais inclinadas a competir e até a desmerecer o trabalho de outras organizações, ao invés de colaborar para o crescimento e a popularização da modalidade no país. Esse comportamento levanta questionamentos importantes:
Será que a busca por destaque e a percepção de uma suposta superioridade – um “ego inflado” – realmente justificam a falta de união e o possível prejuízo ao desenvolvimento do esporte? Ou o cerne dessa rivalidade reside no medo concreto de que a concorrência diminua o já escasso investimento e patrocínio disponível, comprometendo a subsistência dessas ligas? Estaria o receio da perda de controle e influência sobre a modalidade, ou a “miopia” de uma liderança sem visão de futuro, ditando essa postura segregacionista?




Entendendo a Dinâmica por Trás da Rivalidade
A sua pergunta é bastante perspicaz e, de fato, a complexidade dessa dinâmica reside em diversos fatores:
- Ego e poder: Algumas ligas podem se enxergar como as únicas detentoras da legitimidade do esporte, o que as leva a uma atitude de superioridade e até de desdém por iniciativas alheias. Essa busca por primazia, muitas vezes, cega para o objetivo maior do desenvolvimento coletivo.
- Concorrência por recursos: Em um cenário onde o bolo de patrocínio e investimento é pequeno, o medo de que outras ligas “mordam” uma fatia desse bolo é real. A competição por verbas e atenção pode, infelizmente, levar a uma postura defensiva e até hostil.
- Medo de perda de controle: A ascensão de novas ligas ou o fortalecimento de rivais pode ser interpretado como uma ameaça ao status quo e ao controle exercido por certas organizações. Esse receio de diluição do poder impede a colaboração e a construção de um ambiente mais democrático.
- Falta de visão e liderança: A ausência de um planejamento estratégico de longo prazo e a incapacidade de enxergar o potencial da união para o crescimento do esporte são grandes entraves. Lideranças que priorizam interesses imediatos e particulares em detrimento do bem comum acabam por perpetuar a fragmentação.
- Inimizades políticas e imaturidade: E aqui chegamos a um ponto crucial que precisa ser evitado se há um desejo genuíno de crescimento. As “picuinhas” políticas, resultantes da falta de amadurecimento de algumas lideranças, geram atritos desnecessários, desviam o foco dos objetivos maiores e, em última instância, sabotam o progresso do esporte. Para um crescimento sustentável e abrangente, é imperativo que essas rivalidades pessoais e políticas sejam superadas.
- A Urgência da Colaboração para o Beisebol e Softbol Brasileiros
É fundamental que as ligas esportivas brasileiras, especialmente as de beisebol e softbol, reconheçam a importância vital da colaboração para o florescimento da modalidade em todo o país. O modelo atual de competição interna e desmerecimento só prejudica a todos, afasta potenciais fãs, atletas e investidores.
Ao invés de se digladiarem, essas organizações deveriam:- Compartilhar recursos e conhecimento: Unir forças para otimizar o uso de infraestrutura, compartilhar metodologias de treinamento e experiências pode beneficiar exponencialmente o desenvolvimento de atletas e técnicos em todas as regiões.
- Trabalhar em conjunto para atrair patrocínio e investimento: Um bloco unificado tem muito mais força para negociar com grandes empresas e órgãos governamentais, apresentando um projeto de crescimento mais robusto e atrativo para o esporte como um todo.
- Desenvolver programas de treinamento e desenvolvimento conjuntos: Criar academias, clínicas e competições que integrem atletas de diferentes ligas pode elevar o nível técnico geral e ampliar a base de talentos.
- Promover o esporte em nível nacional e internacional de forma coesa: Uma voz única e estratégica na divulgação da modalidade, com eventos e campanhas de marketing coordenadas, terá um impacto muito maior na atração de novos praticantes e na consolidação do beisebol e softbol no cenário esportivo brasileiro.
- Ao trabalhar juntas, as ligas esportivas brasileiras podem criar um ambiente muito mais colaborativo e inclusivo, beneficiando TODOS os envolvidos: desde os atletas em formação, passando pelos treinadores, dirigentes, patrocinadores, até, e principalmente, os fãs que buscam um esporte vibrante e unificado. A superação das vaidades e a priorização do bem maior do esporte são o caminho para um futuro de crescimento e reconhecimento para o beisebol e softbol no Brasil.



























