Tem histórias que parecem estar escritas desde o começo. Quando o técnico Dre Gilmore, da equipe universitária Prairie State Pioneers, em Illinois (EUA), assinou com o brasileiro Pedro Theodoro Pinto em 2023, ele sonhava com o jovem arremessador iniciando jogos importantes pela equipe. Mas o destino – como sempre – tinha outros planos.
Logo no início da temporada de 2024, Pedro sofreu uma lesão nas costas após lançar apenas alguns arremessos. Continuou com dores durante os jogos de exibição no outono daquele mesmo ano. A situação poderia ter encerrado precocemente sua jornada nos EUA.
Mas, ao invés disso, foi o ponto de virada.
O técnico Gilmore viu em Pedro algo raro. E decidiu que ele seria o “fechador” da equipe – o arremessador responsável por conquistar as últimas e mais difíceis eliminações de um jogo apertado. Uma função que exige nervos de aço, controle absoluto e confiança no próprio talento.Pedro não apenas aceitou o desafio – ele dominou.
Na última quarta-feira, após garantir a última eliminação da vitória dos Pioneers por 10 a 9 sobre o DuPage, Pedro bateu o recorde da universidade em número de saves (jogos salvos), com 11 no total, superando a marca anterior que existia desde 2012.
Com apenas 15 1/3 entradas arremessadas em 2025, ele já soma 21 eliminações por strikeout. Números de respeito para qualquer atleta – e ainda mais impressionantes para um brasileiro que começou no esporte muito depois dos colegas americanos, que jogam desde a infância.
Pedro é de Atibaia e, no Brasil, jogou ao lado de Ricardo Calderaro e outros jogadores de Campinas e de Indaiatuba, pela Seleção da Região Centro-Oeste, dirigida pelo Técnico Ivan Morita , mostrando que os talentos do nosso beisebol estão cada vez mais ganhando espaço mundo afora. Em entrevista, o técnico Gilmore foi direto:
“O Pedro tem um braço poderoso. Um fastball pesado e um slider quase intocável. Mas o que me orgulha mesmo é a força com que ele enfrentou as lesões e seguiu acreditando no seu potencial. E agora está ajudando a levar nossa equipe à primeira classificação para os playoffs em 11 anos.”
Aos que acham que beisebol não é “coisa” de brasileiro, aqui está mais uma prova do contrário.
Aos que acham que o sonho acaba com uma lesão, Pedro mostrou que ele só muda de rota.
Os Sonhos nunca acabam. O que tem que ser, será.
Parabéns, Pedro Theodoro Pinto. O Brasil do Beisebol e do Softbol te aplaude de pé. 👏⚾🇧🇷
