O Luto da Marca: Por Que o Passado é Alicerce, Não Âncora, Para o Futuro
O Luto da Marca: Por Que o Passado é Alicerce, Não Âncora, Para o Futuro

O Luto da Marca: Por Que o Passado é Alicerce, Não Âncora, Para o Futuro

A vida é um fluxo constante de transformações. Nas empresas, no esporte, nas relações humanas, o que não muda, perece. Mas e quando essa mudança envolve o “desaparecimento” de algo que moldou quem você é, uma marca que esteve entrelaçada à sua história por décadas?

Vivi isso na pele. Por 35 anos, a Embratel foi mais que uma empresa para mim; foi uma escola, um laboratório, um pedaço da minha identidade. Vi as mudanças, as inovações, o pulsar de uma gigante das telecomunicações. E então, veio a privatização, a fusão, a aquisição, e o nome “Embratel” foi, digamos, “apagado” do mercado pela Claro, depois de sofrer bordoadas das empresas que a propria Embrapar /Embratel adquiriram: a NET, ou até da VESPER ou Primesys, ou a AT&T Brasil…. A dor da perda, daquele luto por uma era que se encerra, é real. É como ver uma parte da sua própria história ser silenciada. Mesmo pra que se desligou da Empresa antes do acontecido.

Mas, meu caro, as boas lembranças ficam. E é justamente nesse paradoxo que reside a grande lição: nenhuma marca é totalmente esquecida, mesmo que seja “apagada” do mercado. Ela reside na memória afetiva, nas histórias contadas, nos aprendizados que se perpetuam. O que muda é a roupagem, a estratégia, o direcionamento.

O Paradoxo da Tradição e da Inovação: Entre a Raiz e o Ramo

É aqui que entra um dos maiores desafios da gestão, seja ela corporativa ou esportiva: como equilibrar a riqueza da tradição com a urgência da inovação? Como honrar o passado sem permitir que ele se torne uma âncora que impede o progresso?

O apego excessivo, sim, pode ser patológico. Pode nos cegar para novas possibilidades, nos prender a modelos obsoletos, impedir a evolução que nos impulsiona. Quantas vezes, no beisebol e no softbol, ouvimos a frase “sempre foi assim”? Essa é a inimiga número um do crescimento, do desenvolvimento, da inclusão.

Não podemos nos apegar à estética de uma “logo-marca” a ponto de ela se tornar uma adoração, um ídolo que impede o avanço. Uma logo é um símbolo, um facilitador de reconhecimento. Mas o que ela representa – os valores, a missão, as pessoas, a comunidade – isso é o que realmente importa e o que deve ser preservado, mesmo que a forma mude.

O “Taco” e o “Softball”: A Essência Além do Símbolo

No nosso querido “Taco não É Soft”, essa é uma máxima. O taco é icônico, um símbolo forte do nosso esporte. Mas o soft é muito mais do que um pedaço de madeira ou metal. É a dinâmica do jogo, a estratégia, o trabalho em equipe, a disciplina, a superação. É a plataforma para a educação, para a inclusão social, para o protagonismo jovem.

Se nos apegarmos apenas ao “taco”, corremos o risco de perder de vista a grandiosidade do “softball”. É preciso viver o luto, sim, quando uma mudança radical acontece. É natural e até saudável sentir essa perda. Mas esse luto deve ser um período de reflexão, de repaginação e redirecionamento administrativos. É o momento de olhar para trás com carinho, absorver os aprendizados e, a partir daí, projetar o futuro com mais clareza.

Construindo o Futuro, Sem Medo

A vida e o esporte nos ensinam que o movimento é essencial. Não se trata de jogar fora o que foi bom, mas de destilar a essência, aprender com o que funcionou e o que não funcionou, e ter a coragem de construir algo novo, algo melhor.

O passado é nosso alicerce. Ele nos dá a base, a fundação. Mas a casa que vamos construir sobre ele pode e deve ser moderna, mais funcional, mais adaptada aos desafios de hoje e de amanhã. O futuro está aí, cheio de possibilidades. Não podemos ter receio dele. Devemos encará-lo de frente, com a cabeça erguida e a consciência limpa, sabendo que as sementes do que fomos estão plantadas e darão frutos de novas formas.

E você, qual marca marcou a sua vida e como você lida com as suas transformações? a Kolinos? a Mesbla? o Mappin ? G-Aronson ? ou Kaiser, a grande Cerveja. Compartilhe sua história conosco.

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